domingo, 17 de fevereiro de 2013

A espiritualidade de Foulcauld no Concílio Vaticano II: novo espírito na vida da Igreja



            No encerramento da semana de oração pela unidade dos cristãos, em 25 de janeiro de 1959, o papa João XXIII anuncia o Concílio Ecumênico do Vaticano II. Surpresa e perplexidade em todo o mundo. Realiza-se na Igreja um “novo pentecostes”. Em 500 anos de história havia ocorrido apenas 2 concílios e o papa, considerado de transição, agora convoca toda a Igreja para esse momento novo. Torna-se motivo de esperança, compromisso e realização. Duas guerras mundiais e várias crises políticas e econômicas marcam a primeira metade do século XX. No meio desse contexto, fervilham no seio da Igreja Católica vários movimentos na expectativa de mudanças profundas. O anseio maior passava no intuito da Igreja responder, à luz da fé, aos principais desafios da modernidade em crise. Para isso, buscava-se a renovação litúrgica tornando-a mais acessível a participação dos fiéis; o espírito de pobreza entre seus ministros e o compromisso com os pobres; o diálogo com a modernidade, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso e a inculturação; a missionariedade da Igreja numa perspectiva de anunciar a Boa Nova do Reino de modo testemunhal. Na catequese e na formação dos fiéis toma centralidade a Palavra de Deus, como fonte de toda educação cristã. Retoma-se na Igreja a relação fé e vida.
            A abertura da Igreja no horizonte do Concílio Vaticano II vai para além da publicação de seus 16 documentos. Mais importante é o espírito que conduz a vitalidade desse novo momento. Tais movimentos renovadores contaram com aspectos da espiritualidade enraizados nas fontes originárias do cristianismo: o Novo Testamento, os santos padres, os primeiros Concílios. Dentre esses sinais salienta-se a vida de Ir. Carlos de Foulcauld e as diversas fraternidades formadas à partir do testemunho e dos numerosos escritos deixados por ele. Homem do vento, percorreu Nazaré em busca de Deus, descobriu o último lugar. Abandonou-se nas mãos do Absoluto e tornou-se irmão universal. Foi para o deserto e aprendeu a gritar o Evangelho com a Vida. No encontro com os tuaregues, aprendeu mais que o idioma, nos ensinou a dialogar com as culturas para descobrir a “semina verbi” presentes nelas. Na contemplação, nos deu lições de amor; na libertação de escravos, traduziu em vida o significado do amor e da compaixão pela humanidade. Enfim, aprendeu de Jesus o sentido do mistério da encarnação e da vida em Nazaré. Extasiado pela espiritualidade e a oração dos irmãos mulçumanos fez disso o mergulho necessário para aprofundar nas águas mais profundas do cristianismo. Sua morte (1 de dezembro de 1916) representou o germinar da semente desse novo caminho apresentado à Igreja em profundo abandono nas mãos do Pai.
            Este caminho de espiritualidade alimentou e iluminou a realização do maior Concílio da Igreja. Quando desejamos a Igreja como comunhão, Povo de Deus reunidos no mistério da trindade, como não lembrar do Ir. Carlos? Demorou ele aceitar a ordenação presbiteral, pois a força do seu ministério centrava-se no batismo e no seguimento da vida pobre e humilde de Jesus de Nazaré. Pensava Ir. Carlos, “a ordenação me distancia cada vez mais do ideal de viver o último lugar”. Levar a Eucaristia aos povos mais distantes o convenceu a aceitar a ordenação. Essa busca de tornar-se irmão universal, de propagar a fé nos lugares mais distantes, aos mais pobres, nos dá o sentido da missionariedade da Igreja no Concílio Vaticano II. Evangelizar pelo testemunho, anunciar o Reino, ir ao encontro, representam a virada fundamental para a vida da Igreja. Charles de Foulcauld apresenta-se como precursor desse espírito novo na missão. Além disso, destaca-se nessa jornada do Ir. Carlos a dimensão do diálogo inter-religioso. Essa dimensão afeta positivamente toda a reflexão da Igreja no Concílio em relação a busca da tolerância e da valorização da diversidade.
Além da vida do Ir. Carlos, as inúmeras fraternidades surgidas após sua morte trouxeram muitos frutos para o Concílio. Na Presbiterorum Ordinis destaca-se o tema da fraternidade presbiteral (PO 8 e 12). Tal vivência entre padres diocesanos, anterior à realização do concílio, constituiu-se um elemento importante a ser incentivado. Sem dúvida, experiências como as Fraternidades Jesus+Caritas e outras semelhantes constituem um novo impulso aos ministérios na vida da Igreja. Outro aspecto vivenciado nas fraternidades oriundo da Ação Católica, refere-se a revisão de vida. Utiliza-se o método Ver-Julgar-Agir de Cardjin na prática cotidiana das fraternidades. Entre os meios da Fraternidade, encontra-se a revisão de vida. Esta deve ocorrer no dia da Fraternidade, e, quando possível, após um dia de deserto.
Cabe perguntar: e hoje, como as Fraternidades podem manter vivo o espírito do Concílio Vaticano II no seio de nossa Igreja? Alguns aspectos destacam, sem dúvida. Manter firme o ideal e a vivência da evangélica opção preferencial pelos pobres de modo a preencher toda a existência do presbítero. Dar testemunho de partilha e solidariedade, não só entre os irmãos empobrecidos, mas buscar viver essa máxima cristã no presbitério. Isso exige intensificar a vida em fraternidade, indo ao encontro não apenas dos iguais, mas também dos diferentes. A partilha deverá incluir igualmente a partilha econômica. Não se tornar mero ativista pastoral, executor de tarefas, super-padre no clero, mas garantir a qualidade da ação evangelizadora com a vida de contemplação e oração. Não se acomodar apenas à pregação sobre o valor do Concílio, mas tornar viva em nossas comunidades as orientações pastorais e o espírito: valorizar o protagonismo dos leigos/as, superar práticas autoritárias e clericais, viver de modo simples, trabalhar pelo empenho ecumênico e pelo diálogo inter-religioso, avançar na renovação litúrgica e na inculturação e não deixar morrer a profecia na Igreja.
            Outro aspecto importante para manter vivo o espírito do Vaticano II refere-se à missão. Os presbíteros a cada dia são desafiados a ouvir o chamado do Senhor que clama a ir aos lugares mais distantes. Tornar-se irmão universal, eis o convite. Há razoável número de presbíteros na Igreja do Brasil, o que nos faltam são sim presbíteros missionários. Dispostos a sair de si e irem ao encontro dos afastados, dos excluídos. Atravessar os rincões do egoísmo e das comodidades e se preciso for, atravessar fronteiras, ir ad gentes. É conhecido de todos, existe cada vez uma maior concentração de padres nos grandes centros econômicos e escassez de padres nos lugares mais pobres.
            Cabe ressaltar a importância de várias testemunhas entre nós que perseveram no ideal do Ir. Carlos e praticam com convicção e amor o Espírito do Concílio nas comunidades. Dentre estes, estão as Irmãzinhas de Jesus, muitos presbíteros, alguns bispos e vários leigos/as dispostos a viver com autenticidade o batismo e os diversos ministérios na Igreja. Peçamos a Deus, ao bem amado Senhor Jesus, a perseverança para que continuem testemunhando com amor a graça de gritar o Evangelho com a Vida.

Pe. Daniel Higino Lopes de Menezes
Arrozal, 08 de janeiro de 2012

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CARTA DOS LEIGOS DA CAJU


"Todo caminho da gente é resvaloso.
Mas também, cair não prejudica demais,
 a gente levanta,
 a gente sobe,
 a gente volta”
 João Guimarães Rosa
Goiânia, fevereiro de 2013

Ref.: CARTA ABERTA dos/as LEIGOS/AS da Casa da Juventude – Goiânia

À JUVENTUDE E APOIADORES DA CAUSA

Comunicamos a toda juventude e as pessoas envolvidas na CAUSA da vida da Juventude que, em janeiro de 2013, recebemos uma carta da Província do Brasil Centro-Leste da Companhia de Jesus, informando que a Província deixa de apoiar a realização da maioria dos projetos da Casa da Juventude Padre Burnier (Goiânia), assumidos coletivamente ao longo de 29 anos, por leigos/as, religiosos/as e jesuítas desta instituição. O Diretor da Casa da Juventude Padre Burnier afirma que uma das razões para essa decisão, além da financeira é o fato de os Jesuítas não se reconhecerem nestes projetos, porque, segundo ele, não revelariam a identidade Inaciana. Por isto, retiram o apoio financeiro aos projetos e demitem educadores/as vinculados aos projetos específicos e dispensam os colaboradores voluntários das equipes, assim como algumas pessoas da infraestrutura.
Esta decisão foi tomada após o planejamento em outubro/2012, com a afirmação do atual Diretor da Casa da Juventude que todos os projetos seriam mantidos e, também, apesar de o calendário 2013 ter sido elaborado e apresentado na reunião do Conselho Geral, onde se reúnem todos/as colaboradores/as da Casa. Neste Conselho também foi aprovado o lançamento da Agenda da CAJU, contendo todos os projetos aprovados pela direção. Portanto, fomos surpreendidos com o novo modo de proceder dos Jesuítas da Província do Brasil Centro-Leste com relação à Casa da Juventude, cancelando a maior parte dos projetos, sem diálogo com os envolvidos/as e responsáveis pelos mesmos, bem como, com os seus colaboradores, parceiros, assessores/as, agencias financiadoras e as Redes Brasileira e Latina Americana de Centros e Institutos de Juventude.
O espírito da obra Casa da Juventude Padre Burnier
Reconhecemos a trajetória percorrida pela Casa da Juventude Padre Burnier, ao longo de 29 anos de história, e os frutos produzidos conjuntamente com os/as leigos/as, jesuítas e religiosos/as de outras Congregações. Um destes frutos é a formação de pessoas autônomas, conscientes de seu compromisso na transformação da Sociedade e da Igreja, que atuam em diferentes espaços da sociedade como sinal do Reino de Deus. Construímos juntos um bem que jamais desaparecerá e está presente não somente na vida da juventude empobrecida de hoje, mas, também, em nossas vidas. Somos outras pessoas. Há 10 anos, na preparação para celebrar os 20 anos da CAJU, sonhávamos que, em 2013, estaríamos mais preparados, com especialização, mestrado e doutorado, com capacidade de refletir e acompanhar a juventude. Um compromisso que levamos a sério e, hoje, temos uma lista significativa de pessoas preparadas em varias áreas do conhecimento, em vários lugares deste país, atuando na educação, na saúde, nos diferentes espaços de poder político e eclesial, nas ONGs, etc.
Esse sonho se visibilizou também na organização do Simpósio Internacional sobre Juventude Brasileira, em 2008, no qual a Casa da Juventude Pe. Burnier assumiu a coordenação geral, junto com várias universidades deste país e, na realização do Seminário Internacional sobre Juventude Contemporânea, realizado em novembro de 2012, na Universidade Federal de Goiás/UFG, uma atividade conjunta com a PUC/GO, as Universidades Estadual e Federal de Goiás. Em seus discursos de abertura, todos os reitores presentes fizeram um reconhecimento público da importância da Casa da Juventude Padre Burnier e afirmaram o significado do trabalho dela com a juventude no Estado de Goiás e no Brasil. Outro fato que podemos citar foi a aprovação de dois projetos de pesquisa sobre a Condição da Juventude em Goiás, pela Fundação de Amparo a pesquisa – FAPEG, em conjunto com a PUC/GO e a UFG.
Serviço à Igreja
Sempre nos colocamos no serviço missionário, como Igreja, como batizados/as, seguidores/as do Mestre de Nazaré, contribuindo com a assessoria às Pastorais da Juventude de Goiânia, do Regional Centro Oeste/CNBB, com a assessoria à Pastoral da Juventude Nacional, e com a assessoria do Setor Juventude da Conferência dos Bispos do Brasil. Isso porque entendemos este serviço como compromisso apostólico com a Igreja do Brasil. Além deste serviço, também assumimos a formação de lideranças jovens e adultas em assessorias de formação e acompanhamento a diversos grupos juvenis, congregações, pastorais e dioceses do Brasil e da América Latina, ao longo destes 29 anos de existência. A sistematização, elaboração e produção de materiais didáticos para jovens foi, igualmente, uma tarefa assumida com muito ardor e dedicação.  Dentre eles destacamos: ODJ – Ofício Divino da Juventude;  subsídios para a CF – Campanha da Fraternidade; Subsídio para o Dia Nacional da Juventude; Subsídio para a Semana da Cidadania e do Estudante; materiais para grupos de jovens e para a Campanha da Fraternidade sobre juventude; fomos desafiados a produzir os Círculos Bíblicos para a reflexão com as comunidades. Participamos na elaboração de dois livros produzidos para a Igreja do Continente, organizado pelo CELAM – Conselho Episcopal Latino Americano: 1) Projeto de Vida Caminho Vocacional da Pastoral da Juventude Latino Americana e 2) Civilização do Amor: Projeto e Missão.
Serviço à Sociedade
                Com a Sociedade, nosso compromisso com a defesa da vida está marcado pela presença nos movimentos sociais, nos conselhos de direitos, da criança e do adolescente, da juventude, e em outros espaços de reflexão e controle das políticas públicas. Como reconhecimento público desta presença, a Casa da Juventude Padre Burnier recebeu, nos últimos anos, da Comissão Estadual de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, três condecorações: uma, de um jesuíta e duas de profissionais leigos/as.
Nossa defesa da vida da juventude empobrecida, externada pela Campanha a Juventude quer Viver, levou nossos pés a vários lugares, os quais não somos capazes de traduzir em palavras - uma campanha que ganhou a adesão dos jovens empobrecidos, de instituições públicas, religiosas e das pastorais. Podemos ver seus frutos desde as praças de Goiânia até as terras mais distantes deste continente.   A realidade nos provocou, também, a apoiar a criação do Comitê contra a Violência Policial e o acompanhamento às vítimas da invasão da Polícia ao Parque Oeste Industrial e, hoje, sete anos depois, somos testemunhas da organização das mulheres desta ocupação em uma associação, sendo que uma delas participou das últimas eleições como candidata a vereadora de Goiânia.
Esse compromisso, movido pelo serviço da fé e a promoção da justiça, nos conduziu por caminhos anunciados pelo Evangelho, porque experimentamos em nossos corpos o medo das ameaças de morte, as incompreensões dos nossos irmãos e irmãs da Igreja, com os quais  comungamos, o descaso das autoridades diante dos fatos. Foi um tempo para entendermos melhor o Seguimento e sua consequência, que é, beber do mesmo cálice, provado pelo próprio Cristo.
A causa era e é a vida
                Nosso compromisso com estas CAUSAS DA VIDA foi assumido no cotidiano da formação e da capacitação de jovens empobrecidos: suas dores, necessidades e perguntas sobre sua condição nos fizeram sistematizar, organizar dados, estudar, rezar, discernir. Para alimentar este dia a dia, participamos de momentos fortes da construção coletiva do sonho de “outro mundo possível”, nos Fóruns Sociais Mundiais; nos intercâmbios, com a Missão de Aprender com outros povos; nos movimentos de denúncias das injustiças, organizados por outros grupos e movimentos; nas Conferências Nacionais e estaduais de Juventude; nos Direitos Humanos, e nas Conferências da Diversidade Sexual; na construção do Conselho Nacional da Juventude. O nosso projeto apresentado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos para a criação do Centro de Referências em Direitos Humanos foi considerado o melhor e mais completo que chegou à Secretaria e foi escolhido para ser executado.
Corpo Apostólico
A equipe de leigos/as que  foi constituída na Casa da Juventude Padre Burnier teve uma marca desde o princípio: constituir a ação como corpo apostólico, o que  nos levava a atuar como sujeitos da evangelização, responsáveis pela missão. Construir, na relação, esse princípio nos custou muitas reflexões, desentendimentos, debates, a partir de visões diferentes no modo de fazer. Porém, somos testemunhas que a CAUSA da vida plena nos unia por dentro. Por isto, as orientações da Companhia de Jesus, através de suas Congregações Gerais foram acolhidas e sabemos que viver a Espiritualidade de Inácio de Loyola é, antes de tudo, atualizar e identificar a vontade de Deus para vivermos como Igreja e assumir o bem maior.
Assim, sempre estivemos disponíveis no serviço das Obras e da Província: Planejamentos e Formações no Achietanum e no Centro Santa Fé/SP; na Paróquia de Montes Claros/MG;  no Centro Cultural de Brasília/DF; na comissão de organização de dois Seminários Tecendo Solidariedade, Cidadania e Mística (um marco fundador para o plano Apostólico em vigor); assessoramos, como leigos/as, processos das assembleias dos jesuítas da Província Centro-Leste por duas vezes; contribuímos na elaboração do Marco Referencial para o trabalho com a Juventude e fomos convocados e participamos de várias Comissões do Plano Apostólico (Apostolado intelectual, espiritualidade e juventude).
A Casa da Juventude Padre Burnier assumiu, em nome da Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude, a coordenação do Curso de Pós Graduação em Juventude, presencial. Realizamos, em Goiânia, quatro turmas, com professores/as mestres e doutores na temática juvenil. Passaram pelas quatro turmas 150 profissionais dos mais diversos lugares do Brasil e de alguns países de nosso Continente. Esse projeto contou sempre com uma rede de apoiadores: Congregações, Adveniat/Alemanha, Dioceses, Pórticos/Holanda e conta com um acervo significativo de livros sobre a temática da juventude, e várias produções dos próprios participantes.
É impossível enumerar, aqui, tudo o que foi realizado. Apontamos parte do que foi feito pela Casa da Juventude Padre Burnier, que neste tempo foi constituída de Jesuítas, leigos/as e outras Congregações. Sabemos que muitos não concordam com este caminho e fazem outra avaliação, mas jamais deixaremos de fazer memória de tudo o que vivenciamos nesses quase 30 anos.
Sobre as decisões
Iniciamos dizendo que o sonho CAJU – Centro de Assessoria em Juventude continua, com o apoio de alguns jesuítas que comungam com este projeto e várias outras pessoas dedicadas à causa juvenil. Haverá – o que deve ser amadurecido –, de agora em diante, várias CASAS. A saída institucional desse espaço físico provoca dor em nós, porque esta Casa foi espaço para amar, em cada canto, durante 29 anos, uma juventude que encontrou nela um território de bem querer das Juventudes.
Fomos informados que a Casa da Juventude Padre Burnier (DOS JESUÍTAS) continua no prédio da 11ª Avenida, do Setor Universitário e realizará, em 2013, cinco projetos: Informática e Cidadania; Mala de Artes; Afetividade e Sexualidade; Trilha de Formação e Acompanhamento a pessoas e famílias. Esses projetos cumprem as regras da política de assistência social da Província dos Jesuítas do Centro-Leste. Este espaço abrigará, também, se aprovados, o Centro de Referência em Direitos Humanos e o Ponto de Cultura.
 O nosso futuro
COMUNICAMOS que nós, leigos/as organizados em uma nova Associação, como Centro de Assessoria em Juventude - CAJU ASSESSORIA. Desejamos continuar a missão assumida pela Casa da Juventude Padre Burnier que nasceu em 1984, agora com nova configuração, comprometendo-se a buscar, em curto prazo, caminhos para continuar os seguintes Projetos:
1)  POS-JUVENTUDE – Trata-se de continuar o processo da 7ª  turma da Especialização em Juventude e Adolescência, até a conclusão da mesma e encaminhar para a Rede Brasileira de Centros e Instituto de Juventude o pedido de deliberar sobre a nova coordenação ou continuidade, do curso presencial. O mesmo deve acontecer com o acervo de livros, organizados a partir dos projetos sobre a temática juvenil;
2) PESQUISA EM JUVENTUDE – Foram dois os projetos aprovados em parceria com a Universidade Federal de Goiás  sobre a CONDIÇÃO JUVENIL EM GOIÁS. O primeiro já foi realizado e, agora, queremos dar continuidade com a Equipe de Pesquisa já existente, assim como as parcerias que já estão informadas.
 3) ESCOLA BÍBLICA COM JOVENS – Este projeto nasceu em 1995, com muitas mães e pais, em parceria com o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos – CEBI. A Escola foi sistematizada e publicada. Há uma equipe responsável que já está dialogando sobre os novos caminhos de continuidade para este ano de 2013.
4) ESCOLA DE LITURGIA COM JOVENS – Este projeto nasceu em 1999, em sintonia com o Plano de Ação para os Jovens – do Setor Juventude/CNBB. Realizou-se com a parceria da Rede Celebra, no espaço da Casa da Juventude Padre Burnier e do Regional Sul IV. Está sistematizada e publicada. A equipe está em dialogo para estudar a sua continuidade com este e novos parceiros.
5) RETIRO COM JOVENS – Este projeto foi realizado desde 1984. Estava na raiz e no modo de ser da Casa da Juventude Padre Burnier.  Ofereceu aos jovens a experiência de oração, do silêncio, do encontro com a Palavra e da Mesa da Eucaristia, inspirados nos exercícios espirituais de Santo Inácio.  A equipe que coordenava o projeto contou, ao longo desse período, com a presença de muitos leigos/as, jesuítas e religiosas de diversas Congregações. Houve uma sistematização na década de 1990 em três modalidades. A equipe está vendo parceiros e caminhos para a sua continuidade.

6) ESCOLA DE FORMACAO DE LIDERANÇAS – Este projeto esteve presente na história da Casa da Juventude Padre Burnier desde os primórdios. Visava à formação de lideranças jovens e a preparação para a coordenação de agrupamentos. Passou por vários nomes. Há uma equipe de 15 pessoas que coordenou esse projeto em 2012. Eles/elas já têm agenda em outros espaços e, continuam oferecendo a formação. Está em processo de sistematização e publicação.

7) ESCOLA DE EDUCADORES DE JOVENS – A formação de adultos/as para o acompanhamento aos jovens esteve presente todo o tempo no projeto da Casa da Juventude Padre Burnier. Houve diversos tipos de projetos nesta linha. A escola nasceu a partir de uma experiência com a Casa de la Juventud de Bogotá/Colômbia. A organização e síntese iniciaram em 1997. Sistematizada e Publicada. Centenas de adultos vivenciaram e outros multiplicaram esta Escola, como, por exemplo, na Venezuela, El Salvador, Costa Rica entre outros. Para a continuidade deste projeto, já estão agendadas algumas datas, como por exemplo, em Manaus/AM.
8) ASSESSORIA A GRUPOS, INSTUIÇÕES DA IGREJA, DO GOVERNO E DA SOCIEDADE –  A assessoria em diversos temas sempre foi assumida pela equipe da Casa da Juventude Pe. Burnier como um serviço no fortalecimento dos processos das organizações, tanto eclesial como da sociedade civil. Já temos vários pedidos de assessoria com Congregações e outros grupos governamentais. (Os pedidos de assessoria podem ser enviados para cajuassessoria@gmail.com)
9) PUBLICAÇÃO E  DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS – Os primeiros materiais didáticos foram feitos no mimeógrafo, a partir de 1984. Hoje, temos algumas coleções publicadas. Tivemos o apoio de Maristas, Oblatos de Maria Imaculada, Adveniat, Cáritas, DKA, FAPEG, Redentoristas, Salesianos, entre outros grupos apoiadores. O grupo responsável gestou o projeto com uma política de distribuição a preços acessíveis aos jovens e a seus grupos. Os pedidos destes materiais ficarão por conta da Associação CAJU ASSESSORIA (cajulivraria@gmail.com).
10)  CAMPANHA A JUVENTUDE QUER VIVER – Esta campanha nasceu em 2004 e se espalhou pelo Brasil e por toda a América Latina. Realiza vários tipos de atividades. Tem uma imagem que já é conhecida. Assumimos a campanha na continuidade deste caminho.
11) OFICINAS DE FORMACAO EM JUVENTUDE E CIDADANIA E DE ECONOMIA SOLIDARIA – um projeto que nasceu em 2003, a partir de experiência de escolas de cidadania. A equipe responsável está planejando a continuidade do projeto.
12) CURSO PRÉ-UNIVERSITÁRIO  - um projeto de 10 anos. No último ano assumimos o projeto com o apoio de Amigos/as da CAJU e realizamos em 2012. Vamos buscar parcerias. Estudar possibilidades.
Mãos à obra
São muitos os projetos e, por isso, vamos precisar de muita gente que acredita na Causa da Juventude. Primeiro, porque não estamos totalmente liberados para estas tarefas e, ao lado destes compromissos, estão nossas vidas e de nossas famílias. Porém, cremos que esta missão foi realizada, ao longo destes 29 anos, em uma grande Rede de pessoas e grupos que assumem a causa do Reino de Deus, marcada pela fé e pela justiça, geradora de vida. Saímos de um endereço conhecido, para abrigar-se em outras Casas... As nossas e de nossos amigos, ao modo das primeiras testemunhas do Ressuscitado, que se encontravam nas casas. Queremos viver este momento de nossas vidas a serviço, com os jovens, movidos pelo Espirito de Jesus.  
Podemos dizer que se encerra uma etapa, como várias que já vivemos neste caminho. Importante será sabermos encarar a “Travessia”. Queremos convidar os/as amigos/as para dar graças por este caminho percorrido. Propomos que este gesto aconteça em vários espaços onde celebramos a nossa fé. Sugerimos retomar a tradição do povo de Israel, registrando tudo em cartas, artigos, contar as experiências vividas com a CAJU nestes 29 anos e comunicar/divulgar na pagina em construção http://www.facebook.com/Cajuassessoria ou enviar cajuassessoria@gmail.com e ainda com os grupos envolvidos de seus contatos. Convidamos vocês que desejam se juntar nesta nova associação que entre em contato com amigoscaju@gmail.com e seja um sócio apoiador/a desta nova iniciativa.
Esse movimento de cuidado e defesa da vida será nossa marca na Campanha da Fraternidade da Igreja do Brasil, que nos convoca para a conversão. Pedimos que o Senhor dirija o nosso olhar a Jesus e aos jovens!
Goiânia, fevereiro de 2013.
Ex-colaboradores/as e ex-funcionários/as da Casa da Juventude Pe. Burnier
 Construtores do
Centro de Assessoria em Juventude - CAJU ASSESSORIA
Contato: cajuassessoria@gmail.com